domingo, 1 de novembro de 2009


Biografia
Luis F. Haiml

Bom, eu nasci. Mas eu nasci assim, meio solto no mundo. É que, estranho dizer, não tive pai nem mãe, se os tive, não os conheci. Por alguma razão, e tive a sorte de Deus me guiar, pelo menos fui cir em boas mãos, meus pais que desde pequenininho, bebê ainda, me adotaram. Seu João e Dona lory. Ele trabalhador de escritório, ela professora.
Lembro pouco de minha infância, dos meus primeiros anos de consciência ativa. Um fantasma no meu ombro, uma mão fria, um gesto... Uns tombos no jardim de infância da Escola Dorothea, jogos de bola dentro da Galeria Bento Gonçalves, que na época fora, até alguns de meus primeiros dias na Terra, a fábrica de massas e biscoitos de meu avô.
Havia muitos encontros de família, nos domingos, ia com meu primo, mais velho, uma espécie de irmão mais velho. Ele era tri, mas às vezes me tirava para bobo. Daí dava raiva dele. Mas ele tinha um Opala branco, me levava pra lá e pra cá, me pagava lanche, ouvíamos Queem, Rolling Stones, ele se achava e se fazia de galã, era muito legal e engraçado parecia algo saído de um filme tipo "Loucuras de verão".
Fui ficando mais velho, 12, 13, um guri esquisito, mas que lia muito, mas sobre leituras já falamos. Mas também via muita tv. E isso não atrapalhava as leituras. Agora lembrei, quando estava no 1º ano do fundamental, matamos aula, eu já era medonho! Fugimos um grupo de fugitivos mirins, para ficarmos vendo desenhos animados, na 1ª tv colorida que apareceu na cidade, e estava ligada na vitrine de uma loja onde hoje é a loja Pompéia.
Bem, voltemos aos 13, 14, 18. Ouvia muitos discos, vinis, saíamos de casa com pencas deles embaixo dos braços, íamos na casa de um dos outros, passar horas ouvindo maravilhas, ou trocando-as, emprestando-as. Era Pink Floid, Led, Rush, Neil Young, Joan Baez, e tantas outras maravilhas sendo descobertas.
15 anos então, dbutei, ... ou seja, tive meu primeiro emprego: oficce-boy. Era cansativo, passava o dia em cima de uma bicicleta, naquele tempo era bicicleta ainda, ia em tudo que é lugar, conheci um monte de gente diferente, de todos os tipos, saía de manhã e só voltava, só parava no fim da tarde.
Pegava correio, jornal, material de escritório, coisa para funcionários, depois ia fazer cobrança, de rico, de pobre, de classe média, clínica de doutor, empresário, barraco, de tudo.
Depois, ia para os bancos, depois, cobranças de novo. Loucura. Mas curtia as ruas, no inverno, no verão, no outono, enfim...
Depois que deixei de ser "boy", dei um tempo, fui terminar o segundo grau, auxiliar de escritório, é...
E fui trabalhar em escritório, depois em jornal, até que fui dar aula e hoje estou aqui.
Tive minha primeira namorada de verdade no segundo grau. Margarete era o nome dela. Eu a deixei. Idiota que sou. Nem sabia a razão. Talvez alguma coisa interior me avisasse que não era para ser, que eu deveria seguir outros caminhos. Mas fico triste, triste por ter sido idiota e tê-la magoado, ainda fui procurar depois saber como ela estava, mas não consegui obter respostas. Espero que ela esteja bem, tenha encontrado alguém legal.
Tem mais... muito mais, mas fica para o livro, quem sabe...

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