
Plano de Aula – 17/11/09
15ª Oficina
- Mensagem inicial: Profissões.
- Passar para os cursistas a história em quadrinhos “Chico Bento O orador da turma” e abrir espaço para a discussão.
- Entregar para cada grupo uma lista de nomes de filmes adaptados para a linguagem típica do nordeste do Brasil, produzindo o efeito de paródia. Pedir que, em grupos, criem uma lista com dez nomes de filmes adaptados para a linguagem gauchesca ou caipira.
- SOCIALIZAÇÃO: Apresentação das paródias, abrindo espaço para a discussão de outras possibilidades de trabalho. Depois da socialização passar um grupo de slides com nomes de filmes gauchescos.
- Ainda tratando das variantes, apresentar aos cursistas o dicionário do mineiro, seguido dos slides “Mineirada”. E depois, “O sotaque mais gaúcho”. Em grupos, deverão construir um mini-projeto, para entregar, destacando essa questão do jeito de falar próprio do gaúcho.
- Explicar aos cursistas que iremos trabalhar com música naquele momento. Questionar:
- Vocês utilizam a música em suas aulas?
- De que forma a música faz parte do seu planejamento?
- Ao som da música “É preciso saber viver”, dos Titãs, pedir que os cursistas se traduzam através de desenhos... deverão ter os olhos fechados e representar o que quiserem ao som da música. Em seguida, cada um relata a experiência, indicando em que pensou...
- Passar para os cursistas os seguintes slides com referência ao assunto: “Chorinho brasileiro”; Decadência da música brasileira; Hino Nacional Patrocinado, a partir do qual, os cursistas deverão parodiar a música que trouxeram de casa também usando marcas de produtos.
- Passar ainda “Poema_adivinha”- música portuguesa. Levantar possibilidades de trabalho a partir de cada apresentação de slides.
- Entregar para cada grupo uma proposta de trabalho a partir de duas letras de músicas, que abordam a preocupação com questões ambientais. Pedir que discutam a relevância da proposta e que outras sugestões poderiam surgir a partir do material recebido.
- Entregar para cada grupo as seguintes informações escritas em um papel:
- Uma mulher no meio da estrada; - 3h da madrugada; - Motorista - Acidente; - Mistério. |
- Em seguida, pedir que cada grupo caracterize essa personagem e a cena em que se passa a história.
- SOCIALIZAÇÃO
- Entregar para cada cursista a letra da música “A mulher do mistério” e pedir que a acompanhem também no rádio.
A MULHER DO MISTÉRIO
(Carreirinho)
Às onze horas da noite um ônibus vinha a São Garcia
Com vinte e seis passageiros de São Paulo ele partia
Com destino a Londrina a viagem prosseguia
Ao confrontar Piraju um vulto na frente surgia.
Saia azul, blusa rosada, braços abertos na estrada
Uma mulher desesperada por socorro ela pedia.
Três horas da madrugada, perto de clarear o dia
Parou no acostamento, pra ver o que a mulher queria
Aconteceu um acidente, capotou um Carmanguia
A mulher já está morta, ainda vive sua filha
Peço encarecidamente, dessam lá imediatamente
Para salvar uma inocente era o que ela tanto queria.
Motorista receoso, pensando ser armadilha
Pegou três dos passageiros e levou por companhia
Ao descer a ribanceira um carro lá existia
Aquela mesma mulher que há dois minutos eles viram
No volante estava morta, debruçada sobre a porta
E a menina quase morta, felizmente ainda vivia.
Gente que não acredita, de zombar tem a mania
Na cidade, região, foi o assunto do dia
Quando eu conto essa passagem até meu corpo arrepia
Porque sou o motorista que viajou naquele dia
Pra ver a mulher do mistério no entra e sai do necrotério
Nesse dia o cemitério parecia romaria.
- Em seguida, entregar para cada grupo uma letra de moda de viola diferente e pedir que, com base na mesma, construam um planejamento para apresentar na próxima oficina. Pedir que sejam criativos e que evitem fazer coisas que já foram feitas.
JUSTIÇA DIVINA
(Tonico, Dirceu Ribeiro)
Dois jovens se casaram no arraial de São José
Morava a felicidade no seu rancho de sapé
O marido arranjou uma amante e desprezou sua mulher.
E largou a sua esposa, foi embora do povoado
Foi viver com sua amante e esqueceu o dever sagrado
E um dia ela falou, com seu jeito enciumado,
Vai dar fim na sua esposa, pra nós viver sossegado.
Já vencido da paixão, como quem tá enfeitiçado,
E matou sua mulher e enterrou num descampado
Viveram muitos anos como quem fosse casado
Foram tirar um retrato como lembrança do passado.
Quando a foto revelou, no retrato apareceu
Entre a amante e o assassino a esposa que morreu
Toda coberta de flor, num caixão que ele não deu,
Ao lado dela um filhinho que por crime não nasceu.
Vendo isso o retratista, na polícia apresentou
Eles foram condenados, o assassino confessou
Ficaram os dois na prisão, conforme a lei condenou
Castigo da providência, justiça do criador.
A ENXADA E A CANETA
(Teddy Vieira e Capitão Barduíno)
Certa vez uma caneta foi passear lá no sertão
Encontrou-se com a enxada fazendo uma plantação
A enxada muito humilde foi lhe fazer saudação
Mas a caneta soberba não quis pegar na sua mão
E ainda, por desaforo, lhe passou uma repreensão.
Disse a caneta pra enxada não vem perto de mim não
Você tá suja de terra, de terra suja do chão
Sabe com quem tá falando? Veja a sua posição
Eu sou a caneta dourada que escreve nos tabelião
Eu escrevo pro governo a lei da constituição
Escrevi em papel de linho pros ricaço e pros barão
Só ando na mão dos mestres, dos homens de posição.
A enxada respondeu de fato eu vivo no chão
Pra poder dar o que comer e vestir o seu patrão
Eu vim no mundo primeiro, quase no tempo de Adão
Se não fosse o meu sustento ninguém tinha instrução.
Vai que caneta orgulhosa, vergonha da geração
A tua alta nobreza não passa de pretensão
Você diz que escreve tudo tem uma coisa que não
É a palavra bonita que se chama Educação.
SE OS ANIMAIS FALASSEM
(Biguá, Taubaté e Teodomiro)
Se os animais falassem que bom que havia de ser
Muitas coisas que acontecem evitava acontecer
Conheci um boiadeiro por nome Zé do Amaral
Tinha um cachorro ensinado que só faltava falar.
Viajando pra Mato Grosso na sua besta bragada
Seu Zé levava dinheiro pra comprar uma boiada
Ao chegar numa porteira o boiadeiro não viu
Num pulo que a mula deu sua carteira caiu.
Seu cachorro nessa hora pegou então a uivar
Pegando a rédea da besta querendo fazer voltar
Seu Zé não compreendeu, amarrou a besta num toco
Deu três tiros no cachorro, pensando que estava louco.
Um tiro pegou nas pernas e os outros dois nas cadeiras
Demorando pra morrer o cão saiu da carreira
Seu Zé foi seguindo atrás até chegar na porteira
Viu seu cachorro morrendo com o focinho na carteira.
O boiadeiro apeou e apertava o cão no peito
Chorando de arrependido daquilo que tinha feito
Levantou os olhos pro céu pedindo a Deus que perdoasse
Não teria acontecido se os animais falassem.
CABOCLINHO VALENTE
(Milton Araújo e Jesus Belmiro)
Um vendeiro mal intencionado que pensava ser muito ladino
Do filho de um caboclinho foi padrinho na lei do divino
Caboclinho era peão valente, respeitado até por assassino
Sua esposa de corpo bem feito, boca grande, tornozelo fino
O vendeiro ia ver a comadre com desculpa de ver o menino.
A paixão que sentia no peito por certo dia ele não suportou
Encontrando a comadre sozinha, o seu grande amor confessou
Pra ter você uma noite até a minha venda lhe dou
Antes de receber a resposta Caboclinho em casa chegou
A mulher chamou pra almoçar sorridente o vendeiro aceitou.
Almoçando ela disse compadre resolvi dar minha resposta
Que jamais vou me arrepender tenho certeza e faço aposta
Porém vou falar com meu marido eu preciso saber se ele gosta
E se ele estiver de acordo eu aceito a sua proposta
O vendeiro derrubou o prato, se engasgou, quase caiu de costas.
Caboclinho gritou diga logo, calmamente a mulher concluiu
O compadre quer trocar a venda pelo velho burrinho Tiziu
O vendeiro falou é verdade, num instante o negócio saiu
Caboclinho virou comerciante com o tempo o negócio expandiu.
E até hoje não sabe o motivo que o compadre da vila sumiu.
- O restante do tempo servirá para os cursistas trabalharem no projeto.
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